Ventos gélidos acariciam
Minha tez.
O semblante recebe o afago onírico:
Da quimera, em frenesi,
Desperto.
Das lufadas glaciais, o embate.
Níveos espectros,
Fatidicamente lúridos,
Seguram ternamente minhas mãos.
Nos ares, voejamos.
Sob nós, glaciários tudo abismam.
Na imensidão polar,
Os espíritos, quiçá, generosos,
Conduzem-me à sagrada glória.
Redenção, mesmo que mortificadora,
Busco.
Nos afastamos de toda a Morte alva.
Montes vírides, galgamos,
Rumo à cumeada.
De repente, lúgubre silêncio:
Então, uma averna algaravia
De esconsos demônios
Inicia o próprio coro harmônico.
Profere a sentença:
“Mortificação alcançarás
Nessas terras ignóbeis.
Redenção, jamais.”
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